CRIANÇA É LUZ... É PAZ...

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domingo, 16 de novembro de 2014

A CENOURINHA SALTAPICA


A Cenourinha Saltapica passeia pela horta e, de narizinho arrebitado, olhos sorridentes, vai cumprimentando todos os amigos:
- Bom dia, Senhor Tomate!
- Bom dia, Senhora Cebola!
- Bom dia, Senhor Nabo!

Saltitando sem parar
Com o narizito no ar
Logo chega ao pomar
Pr'a outros cumprimentar:
- Bom dia, Senhora Laranjeira!
- Bom dia, Senhora Pereira!
- Bom dia, Senhor Pessegueiro!
- Bom dia, Senhora Uveira!
Então, ouve-se uma voz indignada:
- Uveira?!... Ó Cenourinha Saltapica, o meu nome não é Uveira! Por favor chama-me Videira, que esse sim, é o meu nome.
- Videira?!... – Perguntou, admirada, a Cenourinha Saltapica. - Ora esta!...Desde quando é que se chama Videira à árvore que dá uvas?
- Também não deves chamar-me árvore, pois eu sou um arbusto.
A Cenourinha Saltapica, não achando graça nenhuma às reprimendas do arbusto a que, teimosamente, queria chamar Uveira, resolveu não discutir mais e, cheia de razão, seguiu o seu caminho, saltitando.
Chegou perto duma casa rodeada por um jardim muito bonito, e sempre a saltitar, foi cumprimentando todas as flores:
- Bom dia, Senhora Rosa!
- Bom dia, Senhora Orquídea!
- Bom dia, Senhora Hortênsia!
- Bom dia...
- Ai, ai, ai, que não me lembro do nome desta flor! O melhor é não inventar nome nenhum, não vá ela ofender-se e repreender-me, como fez a Senhora Uveira, ou Videira... Será Uveira ou Videira? Não, não! Cá para mim é Uveira.
A Cenourinha Saltapica continuou o seu passeio, sempre saltitando, até que chegou a um bosque.
Ia saltitando contente
Quando deparou de repente
Com um coelho pela frente
Com um ar muito imponente.
A Cenourinha Saltapica ficou assustadíssima, mas como era muito esperta, disse com um sorriso simpático, aparentando muita calma:
- Bom dia, Senhor Coelho! Está tão bonito que até parece que passou pela horta ali ao lado e encheu a barriguinha de cenouras viçosas!
O Coelho pensou:
- Cenouras é cá comigo e, em vez de comer só esta, se puder comer até me satisfazer!...
- Ó minha amiga Cenourinha Saltapica, quer dizer-me onde é a tal horta? É que eu estou com uma fominha, que se apanho umas cenourinhas diante de mim, não sei que lhes farei.
A Cenourinha Saltapica tremia que nem varas verdes, mas sempre aparentando muita calma, disse:
- O Senhor Coelho está a ver aquela Nespereira?
Dá meia dúzia de passos e é logo a seguir, à beira dum riacho. Se tiver sede, nem precisa de se cansar à procura de água, para saciar a sua sede.
- Obrigado, Cenourinha Saltapica, não perco mais tempo!...
A Cenourinha Saltapica, logo que o Coelho virou costas, respirou fundo de alívio, e continuou o seu passeio, sempre saltitando.
Avómi
(Cremilde Vieira da Cruz

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