A menina e a Fada
Mela é menina espertinha
De beleza angelical...
Desceu de casa a escadinha
E foi brincar no quintal!
Ouviu da grama fininha
Uma voz toda charmosa!
Era uma tartaruguinha
Que lhe falava formosa!
Chamou para passear,
Lá no riacho fresquinho
Tomar água e conversar
Com os sapos e peixinhos!
Confessou a tartaruga
A andar pelo caminho
Sou uma fada miúda,
Protetora dos bichinhos
A fada deu um sorriso
Ao ver Mela na esperança
E disse que o paraíso
Tem coração de criança
Deu a ela uma varinha
Para mágicas fazer
E com o pó de estrelinhas
Paz ao mundo devolver!
A menina e tartaruga
Que na verdade era a Fada
Dançaram ao som da música
Da bondade de suas almas
Menina voltou ao lar
Tartaruga ao amor,
Passeou pelo quintal
Mela lhe deu uma flor!
Elair Cabral
imagem: Mela Alves
01/10/14
O amor de uma criança
No amor de uma criança
Tem emoção pra sentir
Tem canção de esperança
E motivos pra sorrir
No amor de uma criança
As canções fluem sonoras
O carinho e confiança
Retratos de uma história
No amor de uma criança
Em luzes de amanhecer
Tem fios de fé e bonança
Vontade e razão de viver
No amor por uma criança
Sentimentos são profundos
Pauta de perseverança
E de respeito pro mundo!
Elair Cabral
Imagem Mela Alves
01/10/14
O gato Juvenal
Paulinho é dono do gato
Que se chama Juvenal
Usa óculos e sapatos
E faz charmoso miau!
Olha firme pras gatinhas
Com uma cara de mau
Encara a mais lindinha
E manda logo um miau!
Paulinho fica orgulhoso
Do gato cara de pau
Que ficou muito famoso
Com o encantador miau!
Outro dia passou olhando
Para uma gata genial
Foi logo charme jogando
E largando seu miau!
Mas a gata não deu bola
Ficou louco o Juvenal
Ensacou sua viola
E engoliu o seu miau
Mas eis que logo aparece
Uma gatinha legal
Que seu olhar oferece
e gosta do seu miau!
Elair Cabral
Imagem Google
01/10/14
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BEIJA-FLOR
Passeando nos jardins da vida
Senti da natureza o perfume,
Linda, imensamente colorida,
do pé da montanha ao cume!
Olhei para um galho florido,
e vi um estranho movimento,
era um beija-flor encolhido,
estava triste e sedento...
Fui chegando com carinho,
na palma da minha mão,
coloquei-o com jeitinho,
Aconcheguei ao coração...
O universo silenciou...,
era somente ele e eu,
numa redoma de dor,
Minh’alma adoeceu!
Com a asinha quebrada,
não beijava mais a flor,
sem comer, voar nem nada,
sem ninguém pra dar amor!
Voltei para meu recanto,
emocionada chorei,
olhos molhados de pranto,
Com carinho lhe tratei
O afago e o carinho,
bondade de coração,
salvaram o passarinho,
que beijou a minha mão!
Voou alegre cantando,
para o jardim florescido,
uma a uma foi beijando,
As flores, envaidecido!
Elair Cabra
GARBOSO PERU
Olha só, que danado!
Como é garboso o Peru!
Anda todo arrepiado,
no sonoro, glú, glú, glú!
Ontem levou as Peruas,
para passear na mata,
comer frutinhas maduras,
e tomar banho na cascata!
Fizeram um coro garboso
a mata ouviu, glú, glú, glú,
e sorriu lindo e gostoso,
com o metido Peru!
Então, a noite fez Búúú!
Tinham que voltar seguros,
a caminhar no escuro,
no embalo do, glú, glú, glú!
Seu Vavá preocupado,
Assobiava em, uh, hu!
Até que ouviu, lá do lado,
o famoso glú, glú, glú.
Nem pensem em assobiar,
perto do nosso Peru,
senão já vai começar
A festa do, glú, glú, glú...
Elair Cabral
Imagem Google
10/09/14
OLHARES
Olhares em aquarelas, múltiplos tons da alegria,
compõem as cores mais belas nos castelos da magia!
O olhar da criança sofrida, carente de bem querer
,
que veio sem pedir, à vida e não entende porque...
Olhar da criança feliz transmite o amor e o respeito,
esse, de longe te diz, que recebe seus direitos...
Olhar que busca na fonte das águas da fantasia,
descobrir esse universo e o belo que a contagia!
Criança que corre sedenta em busca de proteção,
encontra o rio em deserto nas areias da emoção!
Pobre, ou rica, basta uma bola, a rolar sob seus pés,
ou uma boneca sem luxo, um brinquedinho qualquer,
que os olhares das crianças brilham como diamantes
e, com o tudo, ou o nada, levam a vida adiante!
Olhares, lindos olhares, todos só querem carinho,
para seguirem brilhando e enfeitando o caminho!
Elair Cabral
01/09/14
AS AVENTURAS DE LALÁ E PEDRINHO –
EPISÓDIO N° 003
(A REVOLTA DOS BRINQUEDOS)
Era sexta-feira... Lalá e Pedrinho brincaram até o sol dar
lugar às estrelas que vieram cobrir o céu de um pontilhado de luz
dourada! As magníficas estrelinhas receberam essa cor como um esplêndido
presente oferecido pelo majestoso sol e, envoltas em nuances de cor
prata pelo afago da lua, sorriam com suas alminhas de crianças sapecas!
Toda essa beleza onírica dava-se sob o negro fundo do infinito naquela
perfeita noite. Para o sábado, os meninos, com permissão de seus pais,
haviam planejado um passeio de barco pelo rio, pois queriam visitar
alguns animaizinhos que nasceram recentemente nas areias da terra
lendária e só com umas boas remadas chegariam ao local. Lálá convidou o
amigo para dormir em sua casa, pois assim, estariam juntos para saírem
bem cedinho. – Só se você for pedir para os meus pais – Falou Pedrinho
entusiasmado, e lá foram com a missão de conseguir aval para o
combinado.
Ao chegarem, Stich (cachorro de Pedrinho),
veio-lhes ao encontro em clima de festa! A mãe do menino recebeu-os com
carinho, e Lalá foi logo soltando a fala - A Senhora deixa o Pedrinho
dormir lá em casa? É que vamos fazer aquele passeio amanhã bem cedo...,
ao que a mãe do menino respondeu – Pedrinho, fala com seu pai, se ele
deixar..., tudo bem. Lá foram eles e a missão terminou com sucesso. Ao
regressarem, depois do banho e do jantar, a mãe de Lála pediu que ela
fizesse uma faxina em seus brinquedos, pois muitos estavam em estado
lastimável e precisavam ser eliminados.
Já no quarto de Lalá,
começaram a separar, colocando em um baú os brinquedos destruídos... Um
índio sem uma das pernas, uma boneca com o rosto rasgado e os cabelos
desgrenhados, uma bailarina sem um pé, uma caixinha de música muda, um
ursinho sem as mãos, um violino sem cordas e sem tarraxas, e assim
encheram o baú. Cansados, deitaram no tapete e pegaram no sono... Era
meia noite... Os dois acordaram com um barulho, como se fosse um trovão
e, no quarto a meia luz, puderam ver a tampa do baú se abrindo em meio a
uma nuvem de fumaça! Com olhares de pavor viram o índio que saltitava
gritando que não consegue sonhar em seu mundo, pois, além de muitos
índios terem sido desagregados do seu habitat natural, ele não pode mais
alegrar as crianças, estando condenado a ir para o lixo. Depois, a
bailarina pulando em um pé só e reclamando dos concertos que não mais
realiza, dos sonhos que morreram e a impediram de continuar no mundo
mágico do balé com seus lindos passos como Entrechat, Jeté, e todos
aqueles movimentos, a encantar o mundo! A boneca de rosto rasgado
sangrava e vinha como uma louca na direção de Lalá, e assim, todos os
brinquedos revoltados faziam uma zoeira pelo quarto! A menina gritou
assustada e sua mãe perguntou o que estava acontecendo... Foi aí que os
brinquedos voltaram ao baú.
Foi um grande susto, mas os
meninos não falaram nada à ninguém e no dia seguinte, ao invés de irem
para o rio, dispensaram corpo, mente e alma a consertar brinquedos...
Depois de tudo pronto chamaram crianças para fazerem a doação.
Estavam todos na sala da casa de Lalá, saboreando um delicioso lanche
oferecido por Dona Fia, a mãe de Lalá, quando..., brilhou um mundo
mágico! O Baú, cheinho de brinquedos consertados e lindos, abriu-se e
raios coloridos, como se formassem um incrível arco-íris, despontaram de
dentro dele e, eis que surge a Bailarina! Ao som da música “Além do
Arco-íris”, encheu a sala de esplendor, numa emocionante execução da
“caixinha de música”, acompanhada pelo som angelical do violino no
dedilhado da boneca de rosto, não mais rasgado, e sim, lindíssimo! O
índio, todo feliz, chamou as crianças para brincarem e cantarem a música
dos Indiozinhos, até que, cada brinquedo escolheu seu dono na certeza
de ser amado e tudo voltou ao normal, deixando um rastro de magia e
saudade... Foi uma festa inacreditável, simplesmente fantástica e no
final, todos saíram com a promessa de cuidarem dos brinquedos com o
maior carinho... Lalá e Pedrinho sorriram pela sensação maravilhosa de
se doar, de fazer o bem e de cuidar dos bens materiais, espirituais e
sociais que Deus nos concede, porque a solidariedade não acontece por
acaso, ela nasce do amor que o homem tem pelo universo que a cerca, do
respeito e amor que dedica à sua família e da força com que ele constrói
sua vida desde os primeiros passos.
Elair Cabral
04/08/14
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AS AVENTURAS DE LALÁ E PEDRINHO
( A REVELAÇÃO DO PEN DRIVE )
O sítio do pai de Lalá fica numa ilha da terra Lendária! Lalá é menina
traquina de cabelos longos e encaracolados presos em tranças que ela
joga a correr pelos campos, olhos castanhos, pele morena e gosta de
andar sempre de calças compridas. Criança esperta tem um cachorrinho que
ama e se chama Pitú. Pitú só falta falar de tão sabido e joga peteca
com Lalá. Essa linda menina gosta muito do seu amigo Pedrinho! Ele
também tem um cachorro, o Stitch, que recebeu esse nome porque Pedrinho
gostava do filme Lilo e Stitch. O stitch é um grande amigo de todos!
Pedrinho o ama demais e teve uma vez que o cão fiel sumiu, levado por
ladrões de cães e Pedrinho ficou até doente, sentindo muita tristeza.
Esse amigo do qual estou falando, amigo de Lalá, mora num sítio ao lado
do dela e por isso ele pode visitá-la todos os dias e vice-versa! Nos
dois sítios a vida natural é uma beleza, mas o que mais encanta aos
meninos e a todos que por lá passam é a mata. Uma mata exuberante e
povoada pelos mais fantásticos seres animados e inanimados! Perto da
floresta tem um lago... Gente, vocês não imaginam a bomba que existe
nele! Vou dar uma dica... Pen Drive! Foi num dia de sol magnífico! Um
sol que chegou ameno e com um brilho de encantar, logo cobrindo de luz
todo aquele universo, demonstrando sua felicidade, pois havia conseguido
receber um raio de luar e isso muito lhe alegrou e matou um pouquinho
da saudade que sentia de sua namorada, a lua! O vento estava leve como o
olhar dos anjos e o céu de um azul celeste digno do cenário que
compunha! O lago que Lalá e Pedrinho chamavam de “Lago Encantado”
refletia o verde das árvores que o rodeavam com ares de bailarinas em
concerto, devido ao bailar das folhas em brilhante encantamento! Os
meninos correram para o pequeno barco e logo iniciaram a navegar e
cantar. As canções mais lindas povoaram o espaço porque quando criança
canta o universo, curva-se em reverência e foi bem assim que
aconteceu... Uma música que chamou a atenção das Fadas, Gnomos e todas
as fantasias da Terra Lendária... Momento de êxtase, quando num relance
as águas se abrem engolindo o barquinho... Foi tão mágico que Lalá e
Pedrinho mal acreditaram no que seus olhos, num misto de encantamento e
surpresa, encontraram! Estavam dentro de um Pen Drive... Um enorme e
mágico Pen Drive, colorido e ladrilhado com lindas músicas, poemas,
histórias, contos, jogos, peças de teatro, filmes e brincadeiras.
Pedrinho correu logo para as máquinas de jogos, devido a ser apaixonado
pelas loucas aventuras que vive em seu Vídeo Game e Lalá encantou-se com
bonecas e brincadeiras de roda. Até aprendeu com as crianças de lá a
brincadeira “Passar o Anel”! Estavam assim, na mais perfeita distração,
quando ouviram uma voz: – Queridas Crianças do Pen Drive Mágico, informo
que o nosso Reino está por um fio... Forças do mal querem nos destruir e
se não conseguirmos eliminá-las, será varrido deste universo! No
momento sabemos que existe algo para acontecer, mas não sabemos o que –
Pedrinho e Lalá assustados olharam para um canto do espaço e viram uma
velhinha... Uma velhinha que contava histórias e fazia todos seus
admiradores. Mas, por algum motivo, ela parecia diferente, com uma magia
sem explicações. Seria ela a Dona do Segredo ameaçador? Aproximaram-se
com cuidado e foram logo sentando aos pés da Senhora que contava uma
linda historinha... Ficaram encantados com tanta beleza e sonhos! no
final a velhinha simpática dirigiu-se aos dois – Vocês estão aqui para
receberem uma missão... conseguir a revelação do Pen Drive... A chave
está comigo, mas só a entregarei a quem merecer minha confiança. O
segredo refere-se a Fauna Terrestre e só quem a ama poderá libertar a
revelação! Amor aos animais é fundamental e terão que me convencer sobre
o carinho que dispensam à natureza mãe – Lalá ficou em silêncio e logo
contou em versos essa historinha:
BEIJA-FLOR
Passeando nos jardins da vida, senti da natureza o perfume
Linda, imensamente colorida, do pé da montanha ao cume
Olhei para um galho florido e vi um estranho movimento
Era um beija-flor encolhido, que estava triste e sedento
Fui chegando com carinho e na palma da minha mão
coloquei-o e, com jeitinho, aconcheguei-o ao coração
O universo silenciou... Era somente ele e eu
Numa redoma de dor minh’alma adoeceu
Com a asinha quebrada não beijava mais a flor
Sem comer, voar, nem nada, sem ninguém pra dar amor
Voltei para meu recanto e emocionada chorei
Olhos molhados de pranto com carinho lhe tratei
O afago com meiguice, bondade de coração
Salvaram o passarinho que beijou a minha mão
Voou alegre cantando para o jardim florescido
Uma a uma foi beijando as flores, envaidecido.
O silêncio pairava sobre o tudo e o nada... Nada ousava mexer-se... O
ambiente estava tão silencioso que se podiam ouvir as gotas das lágrimas
que brotavam na emoção, a rolar sobre o momento! A voz da experiência
encalacrada nos anos de vida da Velhinha do Pen Drive embargou e confiou
na menina poetisa. Bem, agora era a vez de Pedrinho provar seu amor à
natureza e sem pestanejar mandou: -
Joguei uma flor na água
Com beijos da minha emoção
Para acarinhar os peixinhos
Que amo de coração...
Pedrinho ficou sem graça, olhou para os lados e percebeu que todos
estavam admirados com sua inocência, com sua alminha nobre pela
simplicidade e pela alegria de ser... Foi aplaudido... Recebeu a chave
do arquivo secreto onde estava a revelação, só que este arquivo era
protegido por códigos e só a chave não bastava. Então, Pedrinho chamou
logo o Eletromix , amigo do Homem Aranha, que entendia tudo de códigos e
computadores e com certeza, desvendaria tudo libertando o arquivo para
que nossos amiguinhos encontrassem a revelação! Eletromix chegou e em
manobras fenomenais decifrou os códigos da pasta que estava metida,
entre outras, no arquivo secreto. Ao abrirem, a surpresa fez com que os
dois caíssem no chão em choque! Dentro da pasta havia duas lâminas de
cristal. Cada um dos meninos pegou uma e olhou através dela. Viram sim,
com a pele arrepiada de pavor, um monstro que não era animal e sim um
“Devorador de Vidas”, gritando que chegou a hora, que as pessoas não
cuidam dos animais, nem da flora, nem de crianças em situação de risco, e
ele chegará para a destruição final. Naquela imagem macabra, Lalá viu
seu cachorrinho Pitú, em forma de esqueleto e Pedrinho sentiu esmorecer
de dor ao ver seu cachorro Stitch mortinho! Os dois desmaiaram e quando
voltaram a si estavam dentro do barco navegando nas águas do lago, sem
entender o que havia acontecido, mas de uma coisa eles tinham
certeza.... A “vida” pede socorro!
Elair Cabral
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